GT2 – Ensino como (e)vento: arte contemporânea, acessibilidade e diversidade
Coordenação: Prof. Dr. Alexandre Sá (Instituto de Artes/UERJ)

Sobre o GT
Cartografias Periféricas - Vila Kennedy, 2020, Alexandre Paes. Lápis escolar e arame farpado. Dimensões variáveis
Gilles Deleuze em seu Abecedário, defende que em uma aula, a atenção do conjunto merece ser flutuante, não havendo então, obrigatoriedade de alguma verticalidade discursiva diante de determinado assunto ou abordagem específica. O filósofo aponta que o escape, o desvio, o pensamento que deambula são imprescindíveis para que, se possível, a faísca de algum encantamento se precipite. E se isso de fato vier a acontecer, fora da disciplinarização inevitável dos corpos que a escola (e o mundo) ainda são capazes de promover, estaremos diante de uma aula. Ou aqui, talvez, de um acontecimento. Ou mais ainda, de uma estrela cadente que só poderá ser percebida na esfera do um. Do silêncio do fundo da terceira margem. Este grupo de trabalho tem a preocupação poética e ética de pensar outros gestos para que as janelas possam ser abertas e para que um ventania violenta entre pela sala e desarrume os papéis, tirando do lugar os papéis físicos e os papéis, entendidos como o lugar outro do suposto saber, exercido como proteção e cena, sejam postos à prova. Em última instância, no fundo abismal de um olho que nos olha, compreenderemos estupefatos que ainda não sabemos de quase nada diante de questões específicas que se colocam quando alguém enfim, no fundo da sala de concertos, de maneira desconcertada e desconcertante, se levanta e nos pergunta: por qual motivo eu mereço isso?

